A Caminho de um bem maior...
Segundo a moral da Igreja tudo deve ser tido em conta a favor de um bem maior... Ou seja, optar pelo que de mais valioso se pode revelar para o Homem...
Também podemos entender assim este tempo da Quaresma...
Afinal ela não é mais do que um caminho de preparação para a Páscoa, bem maior de toda a existência. No entanto, é um caminho feito de exigências e de desafios.
Jejum, oração, esmola são três das práticas tradicionais da Igreja, como dimensões da renovação interior de um Homem que procura, assim, purificar-se para esse encontro com o Senhor da Vida e da Morte...
As três têm sentido. Mas esse sentido tem de ser novamente esclarecido, explicado e renovado, para que não passem de puras "hipocrisias" ou meros gestos rituais, que marcam as folhas do calendário, que todos os anos nos propõe mais um caminho quaresmal.
Impressiona-me, em certa medida, todo o caractér sombrio que envolve a Quaresma... É como se vivessemos um velório de 40 dias e que parece não ter fim. O roxo a adornar os altares, o canto pesaroso de súplicas e pedidos de perdão, as restrições que oprimem a vontade livre do Homem...
Agradar-me-ia muito mais uma Quaresma em que o verdadeiro sentido do PERDÃO fosse entendido por todos os Homens, pois nessa condição de pecadores há sempre motivos para celebrar o Amor d'Aquele que tem uns braços sempre abertos para acolher.
A Tragédia da Cruz expressa isso mesmo: ainda que de expressão sofrida os braços de Cristo, estendidos sobre madeiro são sinónimo de acolhimento, comprometido na promessa feita ao Bom Ladrão - Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso.
Caminhemos então numa estrada que nos leva ao encontro com aquele que nos livra da mancha de qualquer pecado... com a promessa do perdão, afinal nós nem sabemos o que fazemos!
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